A pieloplastia é um procedimento cirúrgico para corrigir a obstrução na junção ureteropélvica (JUP), permitindo que a urina flua normalmente do rim para a bexiga
A pieloplastia é um procedimento cirúrgico utilizado para corrigir a estenose de JUP (obstrução na junção ureteropélvica – JUP), uma área estreita por onde o ureter se une à pelve renal. Essa obstrução pode levar a problemas renais, como hidronefrose, que é caracterizada pelo acúmulo de urina nos rins, causando dor, e até mesmo à falência renal.
A estenose de JUP pode ser identificada antes do nascimento pela ultrassonografia, na qual é observada a dilatação renal. De acordo com a Associação Médica Brasileira (AMB), a obstrução na junção ureteropélvica representa cerca de 40% dos casos de hidronefrose. É mais comum em meninos do que em meninas, afetando em 60% dos casos o lado esquerdo. Em 10% a 40% dos casos pode ocorrer bilateralmente.
Embora mais comum de forma congênita, ou seja, no recém-nascido, a obstrução da JUP também pode ser adquirida. “Pode ser ocasionada por um vaso anômalo que passa a comprimir a JUP, por inflamação após passagem de cálculos, ou mais raramente por tumores”, explica o urologista Dr. Ubirajara Barroso Jr., chefe da divisão de cirurgia urológica reconstrutora e urologia pediátrica do Hospital da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
A pieloplastia é geralmente recomendada quando há uma obstrução significativa na junção ureteropélvica (JUP). Continue lendo e entenda o que é a pieloplastia, quando ela é indicada e como é a recuperação após o procedimento.
O que é pieloplastia
A pieloplastia é uma cirurgia realizada para corrigir a estenose de JUP, uma condição que causa a obstrução na junção pieloureteral, que é a área onde o rim e o ureter se conectam.
Durante a pieloplastia, o cirurgião remove a área obstruída ou estreitada e reconecta o ureter ao rim, permitindo que a urina flua normalmente do rim para a bexiga.
Esse procedimento é realizado para aliviar os sintomas associados à obstrução do trato urinário e preservar a função renal.
Quando fazer a pieloplastia
A pieloplastia é frequentemente recomendada como forma de correção quando a junção pieloureteral (JUP) apresenta uma obstrução significativa, manifestada por sintomas como dor lombar, infecções urinárias recorrentes, presença de sangue na urina ou quando a hidronefrose (dilatação do rim) é identificada através de exames de imagem.
“Quando a hidronefrose é bastante volumosa (grau IV), ocasionando risco de perda da função renal ou infecção urinária, a cirurgia está indicada”, destaca o urologista Dr. Barroso, que atua em São Paulo (SP) e Salvador (BA).
O médico ressalta ainda que existem indicadores que podem antecipar esse risco com base em informações obtidas por meio de ultrassonografia e cintilografia renal dinâmica.
Dr. Ubirajara Barroso esclarece que quando a obstrução na junção pieloureteral é desenvolvida ao longo da vida, costuma ser detectada durante a adolescência ou na idade adulta. “Geralmente é descoberta a partir da queixa de dor em flanco ou nas costas”, detalha.
Como a pieloplastia é realizada
A pieloplastia pode ser feita de diferentes maneiras, dependendo da gravidade da obstrução e das condições específicas de cada paciente.
Geralmente, a cirurgia é realizada com anestesia geral e envolve o acesso ao local da obstrução por meio de uma incisão na região lombar ou abdominal. “Na JUP congênita, realizamos a cirurgia geralmente a partir do sexto mês de vida, mas podemos realizá-la mais precocemente quando há perda da função renal significativa”, descreve Dr. Barroso.
Em crianças geralmente o procedimento é realizado por meio de uma incisão nas costas, sem a necessidade da abertura dos músculos. “Nessa idade, a pieloplastia pode ser realizada também por via laparoscópica ou robótica, apesar de não vermos vantagens dessas vias nas crianças pequenas. Nas crianças pré-adolescentes, adolescentes e nos adultos, a cirurgia laparoscópica ou robótica está bem indicada”, destaca.
Em pacientes adolescentes ou adultos, Dr. Ubirajara Barroso Jr. aponta que a realização da pieloplastia depende de alguns fatores como:
– Dor significativa;
– Piora da dilatação com o tempo;
– Decréscimo da função renal.
Como é a recuperação da pieloplastia
“A recuperação é rápida, com alta geralmente no dia seguinte à cirurgia. A deambulação é precoce e a dieta é liberada rapidamente. Deixamos geralmente uma sonda interna, o cateter duplo J, que deve ser retirado sob sedação em torno de um mês após a pieloplastia”, explica o especialista.
O Dr. Ubirajara Barroso Jr. aponta que as principais complicações da cirurgia incluem infecção urinária, fístula (vazamento) urinária e a re-estenose da JUP. “Esses riscos são diminuídos com o aprimoramento técnico. O índice de sucesso com a cirurgia é bastante elevado. Apenas 5% precisarão de um novo procedimento”, complementa.
Durante o período de recuperação, é importante seguir as instruções médicas, incluindo repouso adequado, evitar atividades extenuantes e tomar os medicamentos prescritos conforme orientação. O acompanhamento médico regular é essencial para monitorar a função renal e garantir uma recuperação completa e sem complicações.
Você tem algum sintoma de estenose de JUP ou precisa realizar a cirurgia para a correção da obstrução na junção ureteropélvica? Agende uma consulta on-line, em São Paulo ou em Salvador.
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