Reimplante ureteral: o que é e quando é indicado?

Procedimento reconecta ureter à bexiga corrigindo anomalias no trato urinário. Saiba quando ele é indicado e como pode beneficiar a saúde urológica.

O reimplante ureteral é um procedimento cirúrgico que envolve a reposição ou reconexão dos ureteres, canais que saem do rim em direção à bexiga, corrigindo anormalidades ou danos dos ureteres.

Essa cirurgia é indicada para tratar uma variedade de condições médicas relacionadas aos ureteres, em casos específicos nos quais há obstrução, refluxo vesicoureteral, lesões traumáticas ou anomalias congênitas que comprometem a função renal e a saúde do paciente, por exemplo.

Vamos explorar mais sobre o que é o reimplante ureteral e suas indicações. Continue lendo e confira.

O que é reimplante ureteral?

O reimplante ureteral é uma intervenção cirúrgica que visa corrigir anomalias ou disfunções dos ureteres, restabelecendo sua conexão adequada com a bexiga.

Esse procedimento é realizado para restaurar o fluxo normal de urina e prevenir complicações graves, como infecções urinárias recorrentes, insuficiência renal e danos aos órgãos envolvidos.

Quando é indicado o reimplante ureteral?  

Segundo o Dr. Ubirajara Barroso Jr., chefe da divisão de cirurgia urológica reconstrutora e urologia pediátrica do Hospital da Universidade Federal da Bahia, o reimplante ureteral consiste na reconexão do ureter à bexiga, criando uma válvula que impede o refluxo de urina.

Ele destaca que esse procedimento é especialmente indicado em casos de refluxo vesicoureteral de alto grau, no qual ocorre o retorno da urina da bexiga para o rim, ou em situações de obstrução na junção do ureter com a bexiga, o que pode causar dilatação do ureter e do rim, aumentando o risco de perda da função renal.

Dr. Barroso Jr. lista algumas indicações para reimplante ureteral:

Refluxo vesicoureteral:

Essa é uma condição em que a urina flui de volta dos ureteres para os rins, em vez de seguir seu curso normal para a bexiga. “O reimplante do ureter, no caso do refluxo versicoureteral, é indicado principalmente quando há infecção urinária de repetição, essencialmente quando essa infecção atinge os rins, o que pode provocar aumento das cicatrizes renais e lesões irreversíveis”, explica Dr. Ubirajara Barroso Jr., que também é chefe da Unidade do Sistema Urinário do Hospital Universitário Professor Edgard Santos (UFBA).

Estenose ureteral:

Quando o ureter se torna estreitado devido a cicatrizes, inflamação ou outros fatores, pode ocorrer um bloqueio parcial ou completo do fluxo de urina. “Se for documentada, seja congênita ou adquirida, por exemplo, causada pela passagem de cálculos ou cirurgias, o reimplante ureteral também é indicado”, afirma.

Obstrução ureteral:

Em casos de obstrução grave do ureter devido a cálculos renais, tumores ou outras causas, o reimplante ureteral pode ser necessário para desobstruir o ureter e restaurar a função renal.

Lesões traumáticas:

Traumas graves ou lesões no trato urinário podem exigir reimplante ureteral para reparar danos aos ureteres e restaurar a continuidade do sistema urinário.

Anomalias congênitas:

Algumas condições congênitas, como a síndrome de ureter duplex ou ureterocele, podem exigir o reimplante ureteral para corrigir anormalidades nos ureteres.

Dr. Ubirajara Barroso Jr. explica que as estenoses ureterais podem ser de origem congênita ou adquirida.

As estenoses congênitas mais comuns são:

  • Megaureter primário: uma condição em que o ureter apresenta um diâmetro anormalmente dilatado. Essa dilatação pode ocorrer em uma parte específica do ureter ou em todo o seu comprimento;
  • Ureterocele: é uma condição na qual a extremidade do ureter dilata-se anormalmente, formando uma bolsa ou saco na bexiga;
  • Ureter ectópico: nessa condição o ureter não se conecta ao local adequado na bexiga e, em vez disso, se insere em uma posição anormal em outro local do trato urinário ou em órgãos adjacentes.

Por outro lado, as estenoses adquiridas podem surgir devido a:

  • Passagem de cálculos que ferem a porção distal do ureter;
  • Tuberculose ureteral;
  • Lesões iatrogênicas. “Decorrentes de procedimentos médicos, como extração de cálculos, cirurgia de retirada do útero ou tratamento de tumores pélvicos”, descreve.
  • Traumas externos, como ferimentos por arma branca ou arma de fogo, também podem levar a estenoses ureterais adquiridas.

Como é o diagnóstico para indicação do reimplante ureteral?

“O diagnóstico é realizado por um exame chamado cistouretrografia miccional, caracterizado pela passagem de uma sonda pela uretra e injeção de contraste na bexiga. Esse contraste não é absorvido como os contrastes venosos e são obtidas imagens radiológicas para verificação se o refluxo acende aos rins”, detalha Dr. Ubirajara Barroso.

Como a cirurgia de reimplante ureteral é realizada?

De acordo com Dr. Barroso Jr., o procedimento de reimplante ureteral pode ser realizado por cirurgia aberta, por cirurgia laparoscópica e por cirurgia robótica.

“A cirurgia do reimplante do ureter tem por finalidade recolocar o ureter na bexiga, fazendo um túnel ureterovesical, então o ureter desliza entre a mucosa e o músculo fazendo uma válvula que vai impedir a urina de retornar aos rins”, descreve.

Durante o procedimento, o ureter é cuidadosamente realinhado e suturado à bexiga, garantindo um fluxo normal de urina do rim para a bexiga.

Quais os cuidados pré e pós-operatórios para a cirurgia de reimplante ureteral?

A cirurgia de reimplante ureteral pode ser realizada por fora da bexiga ou por dentro da bexiga. Segundo Dr. Ubirajara Barroso Jr., que também atua como urologista em São Paulo, o reimplante ureteral é um procedimento altamente bem-sucedido, com uma taxa de sucesso significativa que varia entre 95% a 97%.

“Quando é realizado por fora da bexiga se chama extravesical. Ele é um procedimento que causa menos incômodo, e a sondagem pode ser realizada por poucas horas ou durante um dia, porém nos reimplantes ureterais em que é necessário abrir a bexiga, a sondagem geralmente é realizada por três a cinco dias e quando retirada a sonda o paciente passa a urinar normalmente sem maiores intercorrências”, garante o urologista.

Ainda de acordo com o especialista, as principais complicações associadas a esse procedimento incluem o retorno do refluxo vesicoureteral ou a reestenose do ureter.

Se você ou alguém que você conhece está enfrentando problemas urinários graves, agende uma consulta para avaliação e orientação adequadas sobre as opções de tratamento disponíveis, incluindo o reimplante ureteral. O Dr. Ubirajara Barroso Jr. atende em Salvador (BA) e São Paulo (SP).

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