A neofaloplastia, a metoidioplastia e a técnica de mobilização total dos corpos cavernosos são três métodos que podem oferecer resultados distintos para o aumento peniano. Entenda como cada uma delas é realizada e quais as indicações
O aumento peniano é um tema de grande interesse para muitos homens que buscam melhorar a autoestima e a satisfação sexual, porém a cirurgia de aumento peniano tem indicação para casos específicos de homens com órgão amputado por casos de câncer ou outros fatores, homens com micropênis e homens trans, por exemplo.
Um estudo publicado no The Journal of Sexual Medicine revelou que 33,8% dos indivíduos entrevistados estavam insatisfeitos com a aparência genital. Desse número, 11,3% dos homens consideravam fazer algum tipo de procedimento estético na região genital.
A busca por esses procedimentos tem sido cada vez mais comum entre os homens, porém a necessidade de cirurgia deve ser avaliada por um especialista. “Muitas vezes o paciente necessita de acompanhamento psicológico e psiquiátrico. Nem sempre a intervenção cirúrgica é realmente necessária”, afirma Dr. Ubirajara Barroso, Jr., chefe da divisão de cirurgia urológica reconstrutora e urologia pediátrica do Hospital da Universidade Federal da Bahia.
Existem diversas técnicas cirúrgicas para esse fim, cada uma com suas especificidades, indicações e resultados. Neste artigo, abordaremos três das principais técnicas utilizadas. Continue lendo e saiba mais sobre elas.
Tamanho normal do pênis
A cirurgia de aumento peniano precisa ser vista mais do que como uma questão estética. Às vezes é necessário reconstruir o órgão por este ter alguma malformação ou por não ter se desenvolvido intraútero.
Um homem com o pênis de comprimento de 9 cm em repouso e com 13 cm ereto tem um pênis considerado de tamanho normal. Porém, de acordo com Dr. Barroso Jr., há casos de pênis que têm tamanho normal, mas que aparentam ter micropênis em razão de estarem embutidos embaixo da pele.
A cirurgia de aumento peniano pode ser indicada em casos de micropênis e quando o pênis tem tamanho aparente pequeno e causa frustração social no paciente. De todo modo, o Dr. Ubirajara destaca que caso a caso precisa ser avaliado por um profissional, pois alguns episódios são psicológicos e não de fato fisiológicos.
“A cirurgia de aumento peniano pode ser realizada em pacientes que possuem o tamanho do pênis abaixo da média por ele estar embutido na gordura pubiana, por pacientes que nasceram com má-formação no órgão que compromete o comprimento e suas funções e por homens trans que nasceram com vagina, mas desejam realizar a cirurgia de redesignação sexual”, explica Dr. Ubirajara Barroso, Jr., coordenador do Departamento de Cirurgia Afirmativa de Gênero da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) – gestão 2024/2025.
Os pacientes trans precisam estar cientes de que a cirurgia de redesignação sexual é irreversível. Esses procedimentos existem para adequar os órgãos genitais do sexo biológico do indivíduo ao gênero pelo qual ele se identifica.
“Não se pode esquecer que a indicação de qualquer procedimento genital deve ser recomendada por um médico especialista e com experiência nos procedimentos. A região é muito delicada e qualquer deslize pode causar um estrago. Quando bem indicada, a cirurgia de aumento peniano conduzida por profissional experiente em reconstrução genital não traz riscos ao paciente”, alerta o urologista especialista em cirurgias de redesignação sexual.
3 técnicas cirúrgicas para aumento peniano
O aumento peniano é um tema complexo com várias abordagens cirúrgicas disponíveis que podem oferecer resultados distintos, cada um com suas próprias vantagens e desvantagens. A escolha da técnica deve ser realizada após uma consulta com um especialista, que poderá orientar sobre a melhor opção com base nas necessidades e expectativas individuais do paciente.
Conheça 3 técnicas cirúrgicas para aumento peniano:
1 – Neofaloplastia:
A neofaloplastia, também chamada de faloplastia, consiste na realização da cirurgia para reconstrução do pênis utilizando retalhos com tecido do antebraço, pele abdominal, perna, ou outros tecidos do paciente. Essa técnica pode ser indicada em caso de pênis embutido, malformação congênita no pênis, trauma do pênis, câncer de pênis e para homens trans.
“Na cirurgia de neofaloplastia a vantagem é que esse procedimento possibilita adquirir um falo de bom tamanho, a desvantagem é que para a penetração será necessário o uso de prótese peniana, além disso, a sensibilidade é reduzida em alguns casos”, descreve o médico, que também é chefe de cirurgia reconstrutiva de uretra de crianças e adultos do Hospital da Universidade Federal da Bahia.
Nessa técnica, tecido de outra parte do corpo é mobilizado à região do órgão genital e esculpido no formato de um pênis. “Na neofaloplastia, o orgasmo é possível tanto no homem cis como no homem trans em 60% a 70% dos casos”, informa o especialista.
2 – Metoidioplastia:
A metoidioplastia é outra técnica frequentemente usada em cirurgias de afirmação de gênero para homens trans. Essa abordagem aproveita o clitóris, que é alongado através do uso de hormônios (testosterona) e cirurgicamente transformado para se assemelhar a um pênis pequeno.
“O órgão genital feminino é muito parecido com o masculino, só que em miniatura, ou seja, o clitóris assemelha-se à glande e há dois cilindros capazes de ereção que são os corpos cavernosos. Na metoidioplastia mobilizamos para fora os corpos cavernosos e fazemos um pênis, mantendo a capacidade de ereção e sensibilidade”, explica Dr. Barroso.
Através da metoidioplastia a cirurgia é realizada com o descolamento do clitóris das estruturas circunjacentes e então é realizada a correção da curvatura genital e da nova uretra, que geralmente, utiliza tecido da face interna da boca, não deixando cicatrizes.
Na metoidioplastia, a ereção é possível, porém a principal desvantagem é o tamanho, que fica, na maior parte das vezes, insuficiente para a penetração. A grande vantagem é a preservação da ereção e a capacidade de urinar de pé, um ato importante para muitos homens trans.
No homem trans a ereção é somente obtida através da metoidioplastia. É possível inclusive aplicar a técnica da metoidioplastia associada à técnica de mobilização total dos corpos cavernosos (TCM).
“Estamos entusiasmados com a utilização da nossa técnica de metoidioplastia com o TCM, já que o tamanho do falo fica maior, possibilitando a penetração”, descreve Dr. Ubirajara Barroso Jr.
3 – Técnica de Mobilização Total dos Corpos Cavernosos (TCM):
A mobilização total dos corpos cavernosos (TCM) é uma nova técnica de reconstrução peniana, desenvolvida pela equipe coordenada pelo Dr. Ubirajara Barroso Jr. junto à Divisão de Urologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública.
A técnica, que foi publicada no International Brazilian Journal of Urology, confere de 3 a 4 cm a mais que os tratamentos convencionais para casos de micropênis e amputação do órgão por doença ou acidente.
Segundo Dr. Barroso, atualmente, esse é um procedimento com o qual é possível conferir a funcionalidade do órgão sem a necessidade de retalhos do antebraço ou coxa, a exemplo do procedimento de prótese peniana. “É importante que a reconstrução genital devolva autoestima ao paciente, por isso vimos estudando outras formas de reconstruir o órgão sem necessidade de fazermos enxerto de outros tecidos e termos um bom resultado estético”, acrescenta o médico.
Sobre a anatomia do pênis, Dr. Barroso explica que metade do órgão fica dentro do períneo, não sendo exposto. Através da técnica TCM é realizada a retirada da fixação dos corpos cavernosos do pênis do osso da bacia e fixação do mesmo no osso do púbis. “Assim, conseguimos exteriorizar o máximo possível do que estava escondido dentro do púbis”, complementa.
Esse é um procedimento mais trabalhoso que os convencionais, mas o resultado para o paciente em tamanho é melhor, de acordo com o especialista. Para a realização da cirurgia de aumento peniano é necessário utilizar a pele que recobre a glande para encobrir o que foi aumentado, então, o pênis fica com o aspecto de uma cirurgia de fimose pois essa pele é retirada. O procedimento também não altera a ejaculação.
A cirurgia de alongamento peniano demanda 1 dia de hospitalização e de 3 a 4 dias para voltar às atividades normais. As atividades sexuais podem ser retornadas após 30 dias do procedimento, mas pode variar de acordo com a técnica aplicada.
O aumento peniano é indicado apenas em casos selecionados e deve ser feito por profissionais habituados a esse procedimento, aqueles que saberão resolver qualquer complicação.
Se você está considerando realizar uma cirurgia de aumento peniano, agende uma consulta para buscar informações detalhadas, entender todos os aspectos envolvidos e tomar uma decisão informada.
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