A redesignação sexual é um procedimento cirúrgico que alinha os órgãos genitais ao gênero que o paciente se identifica. Entenda com o expert Dr. Ubirajara Barroso Jr.
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A redesignação sexual ou cirurgia genital afirmativa de gênero ou transgenitalização é um procedimento cirúrgico realizado para adequar os órgãos genitais do sexo biológico do indivíduo ao gênero pelo qual o paciente se identifica.
Especificamente nos homens trans a cirurgia de redesignação sexual envolve uma série de procedimentos cirúrgicos, cujo objetivo principal é a construção de um órgão genital masculino.
Dr. Ubirajara Barroso Jr., renomado especialista em cirurgias de redesignação sexual, destaca que o processo é personalizado, levando em consideração as necessidades individuais de cada paciente. “Cerca de 35% dos homens trans optam por fazer o procedimento”, aponta o médico urologista especialista em reconstrução genital e autor da técnica de mobilização total dos corpos cavernosos (TCM), um tipo de metoidioplastia que confere um pênis maior.
Vamos explorar detalhes fundamentais sobre a Cirurgia de Redesignação Sexual em Homens, abordando aspectos essenciais desde o que é até o pós-operatório. Continue lendo e confira.
O que é a cirurgia de redesignação sexual em homens trans
A cirurgia de redesignação sexual é um conjunto de procedimentos hormonais e/ou cirúrgicos, cujo propósito é alinhar o corpo e órgão genital à identidade de gênero desejada, superando a discordância entre o sexo biológico e a identidade de gênero do paciente.
Em homens trans, por exemplo, a cirurgia pode envolver técnicas como a metoidioplastia, que consiste no descolamento do clitóris e correção da curvatura genital para criar um falo maior, ou a neofaloplastia, um procedimento mais complexo que utiliza tecido de outras partes do corpo para criar um pênis.
Para muitas pessoas trans a cirurgia de redesignação sexual é um passo significativo na afirmação de identidade de gênero. O processo da cirurgia de redesignação sexual pode envolver não apenas a cirurgia, mas também terapias hormonais, acompanhamento psicológico e outros cuidados multidisciplinares de saúde.
A cirurgia de afirmação de gênero pode ainda incluir tanto a construção de um novo órgão genital, quanto a remoção de órgãos acessórios, como testículos, mama, útero e ovários.
“Não necessariamente uma pessoa transgênero precisa fazer a cirurgia de redesignação sexual ou qualquer modificação em seu corpo. Esse procedimento deve ser uma escolha particular e o paciente precisa estar ciente que se trata de um procedimento irreversível”, alerta o Dr. Barroso.
Requisitos para cirurgia de redesignação sexual
Dr. Barroso destaca que antes de realizar a cirurgia de redesignação sexual, os pacientes passam por um rigoroso acompanhamento multidisciplinar incluindo a avaliação psicológica para garantir a prontidão emocional. Além do acompanhamento por uma equipe multidisciplinar, são considerados fatores como a idade mínima, estabilidade emocional e a participação em terapia hormonal.
Para iniciar o processo terapêutico e realizar hormonização é necessário ser maior de 18 anos, e já ter vivência com o nome social para realização de cirurgias de redesignação sexual.
No SUS e no sistema particular existem alguns requisitos distintos que precisam ser respeitados para realização da cirurgia de redesignação sexual:
No SUS | Particular | |
Idade | 21 anos | 18 anos |
Requisitos | Necessita de liberação do psicólogo ou do psiquiatra por pelo menos dois anos | Necessita de liberação do psicólogo ou do psiquiatra |
No SUS, desde 2008, são oferecidos procedimentos ambulatoriais e cirúrgicos para pacientes que queiram fazer a redesignação sexual. Na saúde pública, o cuidado com a população trans é estruturado pela atenção básica e pela atenção especializada.
A atenção básica é responsável pelas avaliações e direcionamentos para os tratamentos e áreas médicas específicas de acordo com a necessidade individual de cada paciente.
Na atenção especializada o processo é dividido em ambulatorial, com acompanhamento psicológico, terapias e aplicação de hormônios, e em hospitalar, através da realização de cirurgias de modificação genital e/ou corporal e acompanhamento pré e pós-operatório.
Como é feita a cirurgia de redesignação sexual em homens trans
No homem trans que possui clítoris e vagina o procedimento pode ser realizado pelo método da metoidioplastia, procedimento mais comum, na qual inclusive é possível aplicar a técnica de mobilização total dos corpos cavernosos (TCM), e pela neofaloplastia, uma técnica mais complexa.
A TCM foi desenvolvida pela equipe do urologista Dr. Ubirajara Barroso Jr. junto à Divisão de Urologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública e publicada no International Brazilian Journal of Urology (IBJU), revista científica oficial da Sociedade Brasileira de Urologia.
Através da metoidioplastia a cirurgia é realizada com o descolamento do clitóris das estruturas circunjacentes e então é realizada a correção da curvatura genital e da nova uretra, que geralmente, utiliza tecido da face interna da boca, não deixando cicatrizes.
A TCM pode ainda ser indicada para homens SIS com pênis em casos de micropênis ou com amputação do órgão por doença ou acidente. “Nós realizamos a mobilização dos corpos cavernosos, técnica de nossa autoria, que consiste em separar a parte interna dos corpos cavernosos que está imersa no períneo, colada ao osso da bacia. Isso pode permitir a confecção de um falo de maior comprimento”, explica Dr. Barroso Jr., sobre como é o procedimento cirúrgico de redesignação sexual por meio da metoidioplastia associada à TCM.
A neofaloplastia é um procedimento mais complexo realizado com tecido do antebraço, pele abdominal, perna, ou outros tecidos, com vantagens e desvantagens para o paciente. “Na cirurgia de faloplastia a vantagem é que esse procedimento possibilita adquirir um falo de bom tamanho, a desvantagem é que para a penetração será necessário o uso de prótese peniana, além disso, a sensibilidade é reduzida em alguns casos”, descreve o médico que também é chefe de cirurgia reconstrutiva de uretra de crianças e adultos do Hospital da Universidade Federal da Bahia.
Na metoidioplastia, a ereção é possível, porém muitas vezes o falo fica pequeno, impossibilitando a penetração. “Estamos entusiasmados com a utilização da nossa técnica de metoidioplastia com o TCM, já que o tamanho do falo fica maior, possibilitando a penetração”, descreve Dr. Ubirajara, coordenador da disciplina de Urologia da Universidade Federal da Bahia, que está incorporando o novo método.
Pós-operatório da cirurgia de redesignação sexual
Após a cirurgia de redesignação sexual, alguns pacientes podem sentir algum desconforto, inchaço e sensibilidade na área operada, sendo necessário o uso de medicamentos para aliviar a dor e reduzir o inchaço na região.
O paciente não necessita ficar na UTI. A internação dura cerca de 5 dias. Após a alta, o paciente sai andando e pode subir e descer escadas normalmente.
As recomendações de restrições do pós-operatório da cirurgia de redesignação sexual contemplam:
– O paciente não poder fazer exercícios pelo período de 1 mês;
– As relações sexuais são autorizadas após dois meses da intervenção;
– É imprescindível manter uma boa higiene local, seguindo as orientações do médico;
– O paciente deve comparecer às consultas de acompanhamento para garantir que a recuperação esteja ocorrendo conforme o esperado.
Respeitando essas condições o corpo se cura adequadamente e as complicações também são evitadas.
Nas redes sociais, o Dr. Ubirajara Barroso explica mais sobre esse assunto, siga @ubirajarabarroso para saber mais. E se deseja realizar a cirurgia de redesignação sexual agende uma consulta.
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